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Eu Não Tenho Intervalo de Almoço, Como Cobrar Meu Patrão?

Você sabia que o intervalo intrajornada é um direito do trabalhador garantido pela legislação brasileira? Se você não recebe esse intervalo durante sua jornada, é fundamental entender os seus direitos e como reivindicá-los.

Este artigo é um guia completo para ajudá-lo a exigir o que é seu por direito!

  1. O Que é o Intervalo Intrajornada?
  2. Quando o Intervalo Intrajornada é Devido Segundo a Lei?
  3. Quando Não é Concedido, Qual o Direito do Trabalhador?
  4. Como Funciona o Pedido Dessas Horas Extras?
  5. Como Funciona a Mediação de Advogado Com o Empregador? Existe isso?
  6. Como Funciona a Ação Judicial Para Conseguir Haver o Meu Direito?
  7. Por Que Contar Com um Advogado Trabalhista e Não um Advogado Comum?

Confira este post e saiba como conseguir receber as horas de intervalo que foram roubadas de você!

1. O Que é o Intervalo Intrajornada?
O intervalo intrajornada é o período destinado à alimentação e ao descanso do trabalhador durante sua jornada de trabalho. Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), esse intervalo é obrigatoriamente concedido quando a jornada excede 6 horas diárias.

A CLT ainda determina que o trabalhador que atua por até 6 horas tem direito a um intervalo de no mínimo 15 minutos.

2. Quando o Intervalo Intrajornada é Devido Pela Lei?
A lei prevê que o intervalo intrajornada é devido em determinadas situações:

1. Jornadas superiores a 6 horas: Quando o trabalhador cumpre uma jornada de trabalho superior a 6 horas, deve ter direito a um intervalo mínimo de 1 hora e máximo de 2 horas para refeição e descanso;

2. Jornadas de 6 horas ou menos: Para aqueles que trabalham em jornadas de 6 horas, o intervalo pode ser de 15 minutos.

  • Requisitos:
    – O intervalo deve ser concedido dentro da jornada de trabalho;
    – Não pode ser descontado do tempo de trabalho total.

3. Quando Não é Concedido, Qual o Direito do Trabalhador?
Se o empregador não concede o intervalo intrajornada adequado, o trabalhador tem direito a receber horas extras correspondentes ao período não concedido.

Essa compensação deve ser paga como adicional de acordo com o valor da hora normal trabalhada.

4. Como Funciona o Pedido Dessas Horas Extras?
Para solicitar o pagamento de horas extras pelo não concessão do intervalo intrajornada, o trabalhador deve seguir os seguintes passos:

1. Notificação ao empregador: Inicie o processo notificando formalmente o empregador sobre a falta de intervalo;

2. Registro de jornada: Mantenha um controle da jornada de trabalho realizada, anotando horários de início e fim, assim como os momentos em que o intervalo deveria ocorrer;

3. Reclamação trabalhista: Caso não haja acordo, o trabalhador pode ingressar com uma reclamação na Justiça do Trabalho solicitando o pagamento das horas não concedidas.

5. Como Funciona a Mediação de Advogado Com o Empregador? Existe isso?
Sim, a mediação com um advogado trabalhista é um recurso que pode ser utilizado antes de seguir para a via judicial. O advogado atua como intermediário, buscando um acordo entre as partes.

Esse método pode ser vantajoso:

  • Agilidade: A mediação tende a resolver conflitos de maneira mais rápida;
  • Menor custo: Geralmente, é menos onerosa do que uma ação judicial;
  • Menos desgaste emocional: O processo é menos adversarial e foca na solução.

6. Como Funciona a Ação Judicial Para Conseguir Haver o Meu Direito?
Caso a mediação não seja bem-sucedida, o trabalhador pode optar por ingressar com uma ação judicial. Os passos a seguir são:

1. Contratação de um advogado especializado: É importante escolher um advogado trabalhista para te representar;

2. Ação trabalhista: O advogado irá redigir a petição inicial, detalhando os pedidos, incluindo o valor das horas não pagas e os fundamentos legais que amparam o pedido;

3. Audiência: Após a petição, será designada uma audiência onde as partes podem apresentar suas argumentações;

4. Sentença: Ao final do processo, o juiz decidirá sobre o pedido, podendo determinar o pagamento das horas extras ou até reintegrar o trabalhador em caso de demissão injusta.

7. Por Que Contar Com um Advogado Trabalhista e Não um Advogado Comum?
Contar com um advogado trabalhista é essencial porque eles têm conhecimento específico da legislação e jurisprudência aplicáveis às relações de trabalho.

As vantagens incluem:

– Expertise: O advogado trabalhista compreende as nuances da legislação e pode oferecer uma melhor representação;

– Estratégias efetivas: Com experiência em casos trabalhistas, eles saberão quais estratégias utilizar para garantir os direitos do cliente;

– Atualização constante: As leis estão em constante mudança, e um advogado especializado estará sempre atualizado sobre as novidades e mudanças na lei trabalhista.

Não ter o intervalo intrajornada é uma violação dos direitos do trabalhador, e é fundamental que você saiba como proceder para reivindicar o que lhe é devido.

Reconhecer a necessidade de um advogado trabalhista é um passo importante para assegurar que seu direitos sejam respeitados.

Não hesite em buscar ajuda legal e garantir que as suas horas de trabalho sejam devidamente compensadas.

Alessandro Liberato, advogado formado na Unoeste, advogado de aposentadoria e benefícios do INSS e benefícios assistenciais, especialista pela Universidade Legale em previdência assistência social. Vice-presidente da Comissão Estadual de Direito Previdenciário (2019- 2021)